sexta-feira, 12 de março de 2010

Mé.


Méé méé mééé… é isto que ouço a minha volta. É esta a linguagem que quase todo o mundo fala, numa voz uníssona e monossilábica. São raras as excepções e quase (que aposto) que apenas um punhado de pessoas não fazem parte deste enorme, gigantesco e titânico grupo de ovelhas que independentemente do local onde se encontram no rebanho a linha de pensamento é a mesma, basicamente “copia e não penses”. É este rebanho que ostenta a bandeira com o nome “povo”. Que me desculpem todos, mas a verdade é que anda tudo num enorme rebanho, marcado a ferro com a inscrição “made in Portugal”. Não é meu objectivo, não posso, não quero e nem sequer vou tentar mudar o mundo a minha volta ou então passo de ovelha a burro e essa mudança morfológica ainda é bem capaz de ser dolorosa. O porquê disto tudo?!?!?... muito simples. Colocando de lado os mesmos gostos musicais, os mesmos gostos de moda, os mesmos gostos desportivos, e todos aqueles gostos que afinal não são gostos e são uma copia da ovelha do lado e que mesmo assim fazem com que cada ovelha se sinta originais e única, colocando isso tudo de lado, existe uma coisa que me irrita imenso, que me leva aos píncaros da loucura e que me fazem perder as estribeiras do bom senso, é a total falta de cultura desse enorme rebanho (mesmo que não o mostre fisicamente, estas sensações ficam a latejar no meu cérebro), mas pior do que isso ainda é o facto de não terem cultura e gozarem quem a tenha ou que a procure, como se fossem donos de todo o conhecimento, uma espécie de semi-deuses, uns verdadeiros filhos de Minerva.
Não temos que ser todos uns cientistas, não temos que ser todos autênticos génios, não temos que ser todos doutos, mas pelo menos devemos ter todos a noção de que por vezes evoluir, questionando ou procurando saber o “porquê das coisas”. Devem todas essas ovelhas perceber que nem tudo o que lhes indicam os “cães de guarda” é a verdade e que essa mesma verdade é insubstituível para todo o mundo. São essas ovelhas que se acham as maiores do curral que defendem os seus conhecimentos com toda a lã que tem no corpo, mas esquecem-se que afinal a lá que conhecem é apenas aquela que vêem a frente.
Aquele curral onde vivem estas ovelhas, é o único mundo que conhecem, acham que o resto dos currais que são iguais e que quem diz o contrário, ou é burro ou ovelha tresmalhada. São esses “reis do curral” que não tendo outra arma, berram “mé” ao ouvido de quem fala uma outra linguagem, são esses “carneiros e cabras” que gozam os que por infelicidade querem um pouco mais de cultura e um pouco mais de conhecimento. São essas ovelhas que á falta de visão se remetem ao que as ovelhas do lado dizem e não fazem o que quer que seja para se mexer pelo curral á procura das respostas.
Podem não concordar com quem quer ter conhecimento, mas pelo menos não berrem tão alto para parecer que sabem e que a razão é só vossa, porque da mesma forma que vocês berram o que querem, também os outros podem zurrar aquilo que querem… Fiquem bem…D.

1 comentário:

  1. Este tinha de comentar.
    Acho que não devias entrar numa revolta contra esse, como tu o chamas, rebanho. Sabes que é sempre mais fácil copiar a ovelha mais próxima do que utilizar algo que alguns chamam de cérebro e pensar um bocadinho seja no que for. Quanto aos mesmos gostos são algo fácil, não precisas de "perder" o tempo em que podes estar a fazer algo que, para muitos, é interessante, se tens quem perca esse tempo por ti e te diga que esta música, este polo, este jogo é o melhor. Agora que penso nisso acho que é tudo uma gestão de tempo. Será?

    Gostei do blogue, continua!
    Ana Lima (xana) :)

    ResponderEliminar